Oi pessoal!!
Estávamos meio sumidas, mas vamos voltar aos poucos com as novidades da Confece e também os últimos preparativos para a nossa festa de 6 anos!!! Mas antes disso, vamos mostrar uma matéria sensacional que saiu no Caderno Feminino do jornal Estado de Minas - no dia 10 de fevereiro - com nossa queridíssima presidente Ingrid e com nossa amiga Lela. Vejam o texto na íntegra sobre as mulheres cervejeiras:
NOVIDADE - A HORA DELAS
Mulheres se tornam mestres cervejeiras e se reúnem em confraria para apreciar diferentes tipos da bebida. Elas querem retomar o lugar que foi ocupado por elas há mais de 6 mil anos
MÁRCIA MARIA CRUZ
As propagandas de cerveja se dirigem aos homens como se fossem os únicos consumidores da bebida, que é uma das preferidas dos brasileiros. Mas as mulheres cada vez mais ocupam espaço no universo cervejeiro, seja como apreciadoras, sommelières e até mesmo mestras cervejeiras. Tão antiga quanto o pão, a forma de preparo da cerveja foi descoberta por acaso e ficava a cargo das mulheres, como lembra a farmacêutica-bioquímica Ingrid Paulsen, de 43 anos, da Confraria Feminina da Cerveja. “É uma confraria composta exclusivamente por mulheres, que têm em comum a curiosidade e a fascinação pela cultura cervejeira, seja por meio de estudos, encontros para degustação e harmonização e até a produção caseira”. Juntamente com os estudos e degustações, Ingrid é amante da produção cervejeira e consegue dar bons passos na cozinha, onde produz uns poucos litros para tomar com os amigos.
As meninas fazem questão de dizer que não estão ganhando espaço, mas retomando lugar que sempre ocuparam com destaque na produção e consumo da cerveja. As confrades atuam como zeladoras de uma cultura milenar, contribuindo para a divulgação da cultura cervejeira. A turma se encontra uma vez por mês para saber sobre processos, leveduras e tudo o mais que houver de novidade e, claro, aproveitam a oportunidade para também realizar degustações. Para que tudo ocorra de forma tranquila, as meninas seguem certas regras. Uma das preocupações entre elas, é divulgar um consumo responsável, por isso trabalham com o slogan Beba menos, beba melhor!
Há registro de produção da cerveja há cerca de 6 mil anos. As mulheres eram responsáveis pela colheita dos grãos e pela produção de pão. A descoberta da bebida ocorreu por acaso. Em certo dia, não se sabe exatamente quando e onde, a mistura de grãos foi deixada ao relento. Uma chuva caiu umedecendo os e os fazendo germinar. Era o processo de malteação, necessário para a fabricação da cerveja. Já na Idade Média, os mosteiros começaram a produzir em larga escala. Mais adiante com a Revolução industrial, a cerveja deixou de ser produzida no lar e foi para a linha de montagem.
Nesse momento, as mulheres perdem um pouco do espaço. Tempos depois, torna-se mais restrito com a chegada da televisão e das propagandas que em grande parte usavam a sensualidade feminina apenas para aumentar o interesse dos homens pela bebida. “O mundo da publicidade está percebendo que o culto ao mulherão ao lado de uma cerveja, não é o melhor recurso de divulgação, tendo então que ser mais criativo e com o objetivo de conquistar um público mais exigente e conhecedor da cultura cervejeira. Aos poucos estão deixando de lado a banalização da figura feminina como estimulante ao consumo de cervejas”, pontua Ingrid. Na avaliação da pesquisadora Gabriela Montandon, a propaganda está mudando nos últimos anos.
As meninas garantem que apesar de a cerveja ser associada aos homens, elas não enfrentam nenhum problema ao consumi-la em lugares públicos. “Temos um bom trânsito em diversos grupos cervejeiros e não cervejeiros, e só temos tido boas respostas ao nosso trabalho. Muitas vezes, somos convidadas a desenvolver atividades de degustação e harmonização em festivais cervejeiros ou em casas que vendem cervejas especiais e o público nem sempre é composto somente por mulheres. A nosso ver, o público masculino tem sido bastante elegante com a confraria.”, diz Ingrid.
HARMONIZAÇÃO
As cervejas podem ser apreciadas e harmonizadas em muitas situações e ambientes. Ingrid lembra que devido ao Brasil ser um país tropical, a tendência é degustar cervejas mais leves e refrescantes. Mas quem descobre um universo de sabores não para. “Particularmente, tenho uma queda pelas cervejas de alta fermentação (Ale), as mais lupuladas e de bom corpo, como as do grupo de estilos índia pale ale.” Também cresce o número de sommelières especializadas em cervejas, que ajudam os consumidores a harmonizar a bebida. Cervejas leves do tipo Pilsen para dias de sol e praia e cervejas mais fortes e encorpadas para um dia mais frio e acompanhando pratos mais fortes também. “O bacana é que hoje podemos arriscar bastante nessa grande diversidade de cervejas existentes”, completa.
Ingrid acredita que o gosto por sabores mais fortes está relacionado à sua ascendência dinamarquesa. “Talvez pela minha ascendência dinamarquesa, fui apresentada desde pequenina a sabores mais exóticos e diferentes da nossa culinária tradicional”. A cerveja é tão importante para Gabriela Montandon que ela se formou mestre cervejeira e começou a produzir por conta própria. Ela junto com o namorado, gerenciam a Cervejaria Grimor, especializada em bebidas artesanais. O prazer proporcionado pela bebida é tanto que ela resolveu direcionar os estudos para entender melhor a produção. Atualmente, pesquisa o processo de estabelecimento de linhagens de leveduras isoladas para produção no Brasil pelo Departamento de Microbiologia do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais.
“Aos poucos estão deixando de lado a banalização da figura feminina como estimulante ao consumo de cervejas” ■ Ingrid Paulsen, da Confraria Feminina da Cerveja
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