sexta-feira, 11 de julho de 2008

Cervejas de inverno

Engana-se quem pensa que cerveja só combina com um dia quente, sol e piscina. Pode até ser que as cervejas do tipo “Pilsen” combinem mais com o verão, mas nada melhor que as “morenas” para harmonizar maravilhosamente com um clima mais frio, ainda mais quando acompanhados de carnes vermelhas leves, salmão e massas com molhos picantes.

As cervejas tipo “Bock” e “Stout” são ótimos exemplos dessa combinação. Afinal, as baixas temperaturas pedem bebidas mais encorpadas e com aroma tostado. Com baixa fermentação e teor alcoólico superior a pilsen (5,5% a 7,5%), a bock tem paladar mais forte e encorpado, sendo ideal para consumo durante o inverno. Tem uma tonalidade escura, é mais densa e muito saborosa.

Muito além do sabor, existem várias histórias que remetem ao consumo da cerveja bock no inverno. A denominação surgiu na maneira como o nome da cidade de origem, Einbech (Saxônia), era pronunciada na Bavária: Einbock. Entretanto, a palavra bock também significa "bode" em alemão, associando esse tipo de cerveja ao signo de capricórnio, que coincidiria com o rigoroso inverno europeu.

Na verdade, a origem da bock está envolta em um grande mistério. Outra das justificativas para o surgimento dela está nas práticas ancestrais dos mosteiros medievais germânicos. Nesses locais, se produzia uma cerveja forte e nutritiva para ajudar os monges a suportar os períodos de jejum, uma vez que nestas épocas seria proibido ingerir comida sólida. Outros preferem optar pela explicação mais mitológica e antiga sobre certos povos que, procurando o auxílio e a proteção dos deuses, produziram a cerveja somente durante o signo do Capricórnio.

A cerveja tipo Stout também é uma cerveja escura derivada da cor da torrefação do malte. A mais conhecida, a Guiness, foi criada por Anthony Guiness depois de uma distração em que deixou torrar demais o malte. Ainda assim, decidiu produzir a cerveja que resultou desse lote de malte.

Sempre dispostas a experimentar novos sabores, nós da Confece conhecemos quatro estilos bem saborosos nesta quarta-feira. Vamos lá:

1) Baden Baden Bock
Cerveja de alta fermentação, de Campos do Jordão. Teor alcoólico de 6,5%, cor escura e aroma tostado.

2) Aventinus (Birra doppio malte)
Essa weiss leva o dobro de malte que as receitas comuns. De origem alemã, tem 8,2% de teor alcoólico, sendo muito saborosa. Talvez a mais votada da noite.

3) Maredsous
Cerveja abadia belga, espuma consistente e alta fermentação. Refermentada na garrafa, com 8% de teor alcoólico, é fabricada de acordo com a tradição dos monges beneditinos de Maredsons. Leva açúcar na receita! (http://www.maredsous-usa.com/?mcat=1&scat=1)

4) Hardy’s Ale
Cerveja barley wine (vinho de cervada), com 11,7% de teor alcoólico. Praticamente sem espuma, tem uma cor alaranjada/acobreada e sua consistência se assemelha a de um licor, com aroma frutado. Essa inglesa de guarda também é refermentada na garrafa e pode ser consumida em até 25 anos!

Agradecemos a presença do autor Ronaldo Morado, que está escrevendo a larousse da cerveja (http://www.ronaldomorado.com.br/). Ele nos esclareceu muitas dúvidas, num bate-papo agradável e descontraído.

Próxima parada: Haus München - 13/08 – “A Escola Belga”

Cereais e especiarias

Sim: não só de malte, lúpulo, água e levedura são feitas as cervejas.
Em junho, conhecemos um pouco mais deste universo.

Em breve, postaremos sobre isso aqui. Aguarde!