terça-feira, 10 de julho de 2012

Confece no BH Expobier

Muita honra para a Confece ser citada na coluna da Anna Marina (Estado de Minas / Cultura / Página 2) de hoje, com degustação que vamos promover no BH Expobier, somente para mulheres:

Sabores para todos
Anna Marina
anna.marina@uai.com.br

Publicação: 10/07/2012 04:00


Recebi correspondência informando que, de 3 a 5 de agosto, BH receberá seu primeiro Festival de Cervejas Especiais, na Serraria Souza Pinto. Gostei muito da novidade, porque sou do tempo em que mulher não podia beber cerveja – era vulgar. Quando passei a frequentar o Automóvel Clube, naquelas festas chiques dos anos 1960, a cerveja vinha para mim em jarros de prata. Deus me livre de colocar uma garrafa de cerveja ao lado de uísques e champanhas, as bebidas finas. É claro que precisava ter prestígio para que isso funcionasse. O Perotti, maître da boate Príncipe de Gales, gelava antes o jarro de prata para manter a bebida mais fresca. Santo Perotti, que introduziu no cardápio do clube o famoso filé Diana, que nunca mais vi em lugar nenhum. Como naquele tempo eu ainda comia carne, aprendi até a fazê-lo. Ele me contou que, para o caldo de carne ficar bem fortalecido, era feito com as cascas de ovos usados em outros pratos. Depois era bem coado, para engrossar e dar sabor ao arroz, que acompanhava os bifes bem finos e bem passados.

Quando entrei para o jornal, tirei a barriga da miséria. Como saía de vez em quando com os colegas da redação e o programa principal era botequim e cerveja, pude tomar meus copinhos sem censura. O conforto se completou com a nossa turma do Restaurante Alpino, onde Max, o mais curioso garçom que já encontrei na vida, servia chopes com pouca espuma para caber mais líquido na tulipa. A grana de todos era curta e a sede muita, porque as discussões varavam a noite e, muitas vezes, entravam pela madrugada. Cada tulipa tomada era uma glória, desfalque nas parcas finanças. Mesmo naquela época, as mulheres presentes bebiam, mesmo, suco e Coca-Cola. Uma ou outra, um copo de vinho. Chope ainda era raro.

Depois que andei pelo mundo, provei cervejas até dizer chega. A mais curiosa – para dizer a verdade, a pior – foi a que se chama “morte súbita”, que provei na Bélgica. Vinha naqueles copos redondos, parecendo uma bacia, que depois chegaram por aqui sem muito sucesso. Misturavam-na com um tipo de licor, morte súbita mesmo. Num 12 de outubro que passei em Munique, recebi muitos copos de cerveja não só da plateia que assistia ao desfile como naquela cervejaria imensa a que todos iam depois que a festa de rua acabava. O mesmo local onde, em dia não muito distante, Hitler levantou os germânicos contra os judeus. Nos Estados Unidos, a luta era pedir copo. Não me acostumei jamais a tomar cerveja no bico da garrafa – isso sim, acho vulgar mulher fazer. Mas as cervejas eram muito boas – e populares –, mais baratas que em qualquer outro lugar.

Agora que a bebida se popularizou e até se multiplicou em várias marcas, é legal esse festival de cervejas daqui. O estado se tornou grande produtor de marcas especiais. A correspondência que recebi conta que temos 20 bebidas registradas e ativas, com 123 rótulos de cerveja e 68 de chope. E, claro, o maior expositor confirmado é a Ambev, que, junto com a Schincariol (não gosto nada), mostrará produtos especiais. Além da bebida, a promoção vai contar com empresas especializadas em produzir copos, bolachas e por aí vai. Os promotores do evento estão prevendo a participação de 12 mil pessoas nos três dias da programação. Como cerveja também é cultura, foram organizadas algumas palestras e, coroando tudo, degustação dirigida pela Confraria Feminina da Cerveja – vejam só como o mundo mudou.

Um comentário:

Luisane disse...

Acho que devemos convidá-la para a degustação. Afinal, ela é uma mulher pioneira, tudo a ver com a CONFECE!